Decorreu no passado dia 24 de Novembro uma Greve Geral convocada pelas duas centrais
sindicais.
Independentemente de habituais “guerras de números” em torno de percentagens de adesão
importa sublinhar que a greve é um direito constitucionalmente reconhecido e próprio de um
Estado de Direito como aquele em que vivemos. Nesse sentido, a paralisação do dia 24 de
Novembro, deve ser entendida com perfeita normalidade democrática.
A situação particularmente complicada em que Portugal e a Europa se encontram exige
medidas difíceis e corajosas que implicam sacrifícios, têm custos sociais e geram,
naturalmente, descontentamento. Assim sendo, os TSD entendem que as greves e outras
iniciativas sindicais são uma forma legítima de expressão de um sentimento colectivo e
desse modo saúdam o facto da Greve Geral ter decorrido de modo ordeiro e organizado na
esteira, aliás, de práticas anteriores.
Os TSD entendem que os portugueses, em geral, têm plena consciência da gravidade da
situação financeira e económica em que nos encontramos por via da ruinosa gestão
socialista da coisa pública mas que, em paralelo, deve ser o enquadramento sindical a dar
corpo aos eventuais descontentamentos.
Decorrida que foi a Greve Geral, cabe ao Governo, em simultâneo com a prossecução do
seu programa e das reformas indispensáveis a melhorar o desempenho económico do país,
criar as melhores condições para o diálogo institucional ao nível da concertação social e da
negociação colectiva. Os TSD estão assim esperançados que o clima de diálogo prevalecerá
tendo em consideração que os desafios do presente e do futuro implicam a convergência dos
esforços de todos. Nesse sentido, incitam os parceiros sociais a criarem sólidas bases de
entendimento profícuo para que, em nome de Portugal, possamos superar colectivamente
esses mesmos desafios.
Por último, os TSD repudiam os incidentes que tiveram lugar frente à Assembleia da
República e que são da responsabilidade de pessoas que não aceitam o jogo democrático e
institucional e que procuram apenas criar as condições para que se possa instalar entre nós
um clima anárquico contrário aos interesses de Portugal e dos portugueses. Os TSD não
podem deixar, igualmente, de saudar a actuação profissional e proporcional das forças de
segurança que, salvaguardando a ordem pública, actuaram sem excessos e claramente dentro
dos limites impostos pela legalidade e o bom senso.
A todos os que procuram tentar criar em Portugal cenários semelhantes aos que se viveram e
vivem em outros países, em que se atropelam as leis e se tentam instalar climas de
insurreição, importará transmitir a mensagem serena mas firme de que os portugueses são
amantes da urbanidade, que sabem que os problemas se resolvem dentro dos limites da
legalidade e em termos institucionais e que, acima de tudo, repudiam quaisquer tentativas de
tumulto e de alteração da ordem pública.
Lisboa, 26 de Novebro de 2011